terça-feira, julho 28, 2009

Adeus tristeza, ATÉ DEPOIS!

Na minha vida tive palmas e fracassos
Fui amargura feita notas e compassos
Aconteceu-me estar no palco atrás do pano
Tive a promessa de um contrato por um ano
A entrevista que era boa
E o meu futuro foi aquilo que se viu
Na minha vida tive beijos e empurrões
Esqueci a fome num banquete de ilusões
Não entendi a maior parte dos amores
Só percebi que alguns deixaram muitas dores
Fiz as cantigas que afinal ninguém ouviu
E o meu futuro foi aquilo que se viu
Adeus tristeza, até depois
Chamo-te triste por sentir que entre os dois
Não há mais nada pra fazer ou conversar
Chegou a hora de acabar
Na minha vida fiz viagens de ida e volta
Cantei de tudo por ser um cantor à solta
Devagarinho num couplé pra começar
Com muita força no refrão que é popular
Mas outra vez a triste sorte não sorriu
E o meu futuro foi aquilo que se viu
Na minha vida fui sempre um outro qualquer
Era tão fácil, bastava apenas escolher
Escolher-me a mim, pensei que isso era vaidade
Mas já passou, não sou melhor mas sou verdade
Não ando cá para sofrer mas para viver
E o meu futuro há-de ser o que eu quiser

domingo, julho 26, 2009

Quem me dera ter asas

Se eu fosse um pássaro, neste momento voava, sem destino, rumo ao encontro de mim mesma.
Só hoje senti que o rumo a seguir levava para longe, todas as emoções e sentimentos que guardava genuinamente e espontaneamente dentro de mim.
Hoje, não consigo ser espontanea, e é por isso que estou triste; é por isso também que sei, que ficar aqui, não é o meu lugar.
E por mais que tente pensar e discernir, e meter a mão na cabeça, eu não consigo encontrar resposta para o que sinto em mim.
Não gosto de chorar, quem gosta?
Há certas coisas que não dão para apagar, passar a borracha pelikan e seguir em frente, sem tentar perceber o seu fundamento...
É complicado conviver, é complicado dar-se a alguém, e esperar que tudo seja perfeito como da tal primeira vez, em que tudo foi mágico....
Duas cabeças a pensar...dois corações a sentir...
É complicado demais, não devia ser, mas é.
Não sei o que vem a seguir, mas quero procurar.
Hoje deixei de tentar erguer os planos de sempre, aqueles que são para outro amanhã que há-de ser diferente,
Não quero levar o que dei, nem mesmo aquilo que é meu.
Hoje parece bastar um pouco de céu.

segunda-feira, julho 13, 2009

A vida...

Acabou o Inverno, chegou o Verão; brevemente o Outono chegará, e o Inverno vai trazer o tão ansiado Natal...
Que quero eu saber das estações do ano?
E porque estou a falar delas?
Não sei, nem quero saber, apenas são as palavras que me estão a saír de uma cabeça vazia de tudo, e cheia de nada.
Vazia de tudo o que é bom, cheia de tudo o que é mau; a vida consegue ser tão imprevisivel, mesmo que algum dia ela nos tenha avisado que iria acontecer....mas nós não acreditamos.
Como é que não nos conformamos com a vida?
Porque é que questionamos o que ela nos faz?
porque é que somos tão egoistas?
O mal não é meu, é de alguém que é meu, que mora no meu coração, que sofre, que tem data marcada(no fundo todos temos).
Porque é que o ser Humano tem prazo de validade?
E porque é que tem que sofrer quando o prazo de validade expira?
Será que um iogurte sofre por o prazo de validade expirar?
porque é que o ser Humano tem que sofrer?
Porque é que quem eu amo sofre?
Porquê?

sábado, junho 13, 2009

27 de Maio de 1913

A 27 de Maio de 1913 a polícia decide "controlar a queima" colocando nas ruas muitos dos seus elementos. Um académico faz questão de rapinar um boné ao chefe da brigada. Até 1918, há alguns interregnos, condicionados pelas condições políticas, económicas e sociais da época, como por exemplo a proclamação da República e a 1ª. Grande Guerra Mundial.

sexta-feira, junho 12, 2009

Remexendo no passado

Estou em Coimbra, a sentir o cheiro e o colo da minha cidade, da minha casa, da minha família.
Fui embora, mas o coração ficou metade aqui...e as recordações, as papeladas, as fotos, as recordações...continuam aqui, intocáveis no meu quarto. Estas quatro paredes que foram o meu mundo, o meu refugio, o meu pedaço de céu.
Hoje remexi no passado, fui abrir pastas, malas, o baú de recordações...e fiquei hilariante com tudo o que encontrei e que já nem me lembrava.
Como este:

Quando não há saída

Quando não há saída,
procura-se sempre a outra porta da vida,
nem sempre é o melhor caminho, mas
é o único que queremos arranjar.
Ao virar da esquina há sempre uma porta
aberta, nem sempre para ajudar
mas muitas vezes a querer cobrar.
Cobrar uma passagem para uma nova vida
uns ficam para trás, outros seguem em frente
os que ficam lamentam toda a vida
por não terem aproveitado a saída
mas, agradecem por poderem ainda
ver o por do sol.
Nada se faz sem um preço nesta vida.
Se queres ajuda tens que ter dinheiro
Não existe solidariedade sem um preço.
Cada vez o mundo está pior, e o
que eu vejo é que não há saída.
Quando não há saída todos
os braços se fecham, o calor humano
deixa de existir, e o mundo
sem querer lutar
lutar por uma vida melhor
Para tudo há um preço...
e a esse preço chama-se
O Preço da Vida

Márcia Arzileiro
14\07\1998
21h15m

quarta-feira, junho 10, 2009

Pedras no sapato


O vazio que senti quando me senti enganada e ultrajada por ti, nunca será maior que a alegria que senti ao aperceber-me, que teres-me enganado foi a mais doce das aprendizagens rumo à felicidade.

Por isso estou grata, não a ti, mas à vida que me pôs à prova, que te colocou no meu caminho, que me fez andar com a pedra no sapato...e que sempre acreditou que eu teria força e garra para descalçar o sapato, tirar a pedra, e guarda-la no meu bolso..junto a todas as outras...

Pedras no sapato, eu guardo-as...um dia vou construir um Forte....

domingo, junho 07, 2009

PSD Vence Europeias



O PSD é o partido vencedor das eleições europeias segundo as projecções das três estações de televisão portuguesas. A projecção da TVI atribui uma vitória clara do PSD enquanto as projecções da SIC e RTP apontam para um empate com vantagem para PSD.
As projecções da TVI dão uma vitória clara ao PSD, com 30,4 a 34,4 por cento dos votos, seguindo do PS com apenas 24,1 a 28,1 por cento dos votos.
Bloco de Esquerda e CDU partilham o terceiro lugar, conseguindo entre 9,7 e 12,8 por cento dos votos. O CDS-PP aparece como quarto partido mais votado, conseguindo entre 6,7 e 9,3 por cento dos votos.
Nas projecções da SIC, o PSD consegue entre 29,2 e 33 por cento dos votos, o que equivale a 7 a 8 mandatos, enquanto o PS consegue entre 27,7 por cento a 31,5 por cento dos votos.
O Bloco de Esquerda aparece como o terceiro partido mais votado, com 11,6 a 13,4 por cento dos votos, seguido da CDU com 9,5 por cento a 11,3 por cento. O CDS-PP alcança apenas 7,5 por cento e 9,3 por cento dos votos.
Nas projecções da RTP, o PSD consegue entre 29 e 34 por cento dos votos, seguido de perto pelo PS com 28 a 33 por cento dos votos. CDU e Bloco de Esquerda dividem o terceiro lugar como partido mais votado, com 9 a 12 por cento dos votos. O CDS-PP consegue apenas 7 a 10 por cento dos votos.

Politica....

“O politico, desde que entronizado, fica senhor do seu pequeno mundo. Confunde o privilégio de mandar, que devia ser a modéstia de servir, com fumos de grandeza”.
Miguel Torga.

quinta-feira, junho 04, 2009

Melhor ser cigano do que rei...

"Quando se morre deixa-se tudo:
um miserável carroção como
grande imperio.
E nós cremos que nesse
momento, é muito melhor
ser cigano do que rei. "

Cigano simplesmente



"Nós os ciganos, temos uma só religião: a da liberdade.Em troca desta, renunciamos à riqueza, aoPoder e à gloria"


A nossa vida é uma vida simples, primitiva, basta-nos ter por tecto o céu, um fogo
para nos aquecer e as nossas canções quando estamos tristes.








"Nasce-se cigano.Agrada-nos caminhar sobre as estrelas.Contam-se estranhas histórias sobre ciganos.Diz-se que lemos nas estrelas e quePossuímos o filtro do amor.As pessoas não acreditam nas coisas que nãoSabem explicar.Nós, pelo contrário, não procuramos explicar
As coisas em que acreditamos"







Canta Severa, os fadistas choram por ti...


Por entre as pedrinhas da rua, lá andavas tu, descalça.
A tua indiferença e ruindade genuína de menina das latas nunca me assustou.
Talvez por isso, tivéssemos criado uma grande empatia.
É com grande saudade que te recordo, passado um ano e dois meses da tua partida.
Custa-me aceitar a vida como ela é. Custa-me aceitar o destino. Custa-me aceitar que tivesses que ter partido tão cedo, tão jovem, tão desconhecedora de um futuro, de experiências, de vida.
Custa-me aceitar que um ser indefeso, e dependente de outros para viver, venha que pagar com a vida os erros deles. De quem te devia proteger acima de tudo, e te leva de mãos dadas para o abismo.
Que os Deuses me perdoem se estou a pecar, e a julgar. Não quero julgar ninguém Severa.
Só que dói.
Dói saber que partiste, e que desde esse dia o mundo, o universo ficou mais pobre.
Aí em cima é que ganharam...ganharam uma das estrelas mais brilhantes desse fantástico céu.
Ainda te ouço a cantar o fado de Lisboa, esse som vai-me acompanhar até ao dia em que chegar aí, ao pé de ti e brilharmos juntas.

Chorai fadistas, chorai....

Até um dia menina cigana*

sábado, maio 30, 2009

Woody Allen


Um dos meus realizadores preferidos, pela loucura, irreverência, e tradução da realidade de forma absurda mas concreta e real. Adoro-o.


Allan Stewart Königsberg (Brooklyn, Nova Iorque, 1 de dezembro de 1935) é um cineasta, roteirista, escritor, ator e músico americano, mais conhecido pelo pseudônimo de Woody Allen.
Muitos de seus filmes falam sobre neuroses comportamentais do dia-a-dia, sempre com uma crítica mordaz e sutil em longos diálogos analíticos.Allan Stewart Königsberg (
Brooklyn, Nova Iorque, 1 de dezembro de 1935) é um cineasta, roteirista, escritor, ator e músico americano, mais conhecido pelo pseudônimo de Woody Allen.

Cansaço

Agora que me sinto cansada, recordo Alvaro de Campos

O que há em mim é sobretudo cansaço
Não disto nem daquilo,
Nem sequer de tudo ou de nada:
Cansaço assim mesmo, ele mesmo,
Cansaço.
(...)Um supremíssimo cansaço.
Íssimo, íssimo. íssimo, Cansaço...

A palha do cigarro a queimar entre os dedos, o vento que me corre na alma vindo desta janela virada para lado nenhum, faz-me acreditar que o amanhã está para chegar. E que apesar deste cansaço..íssimo, íssimo, íssimo....eu não vou partir até o sol nascer...

sexta-feira, maio 29, 2009

Festa do Cavalo


A tradicional Festa do Cavalo de Porto Salvo decorre de 29 a 31 de Maio.
Esta décima edição oferece ao público espectáculos culturais e equestres de renome nacional e internacional, de onde destacamos o Passeio Equestre na Rota do Vinho de Carcavelos, uma das actividades mais procuradas por cavaleiros, amazonas e atrelagens, o qual para além do já habitual Carcavelos de Honra em frente aos Paços do Concelho, conta este ano com dois aliciantes adicionais: uma prova de toureio a campo e um almoço campero na Quinta do Marquês de Pombal. O Passeio tem lugar no dia 30, a partir das 9H30.
Em termos de espectáculos equestres, a aposta é trazer a Porto Salvo os expoentes máximos da arte equestre em Portugal, nomeadamente, o Centro Equestre Lezíria Grande, que integrará no seu espectáculo uma demonstração da Família Willms, proveniente da Bélgica, no dia 30, às 22H00.
O programa cultural abre no dia 29, às 22H00, com uma Festa com os finalistas do concurso da TVI “Uma Canção para Ti”, nomeadamente Beatriz Costa, Luís Caeiro e o pequeno Miguel Guerreiro. O folclore estará presente através da participação dos Ranchos Folclóricos do Concelho, mas também, a musica e a dança flamenca e o fado marialva irão abrilhantar as noites.
No que se refere às provas desportivas, destaque para a disputa da Taça do Campeonato Regional de Atrelagem – Zona Centro, com o recurso a obstáculos naturais, e para o Concurso de Obstáculos, com quatro provas de diferentes dificuldades.
Os amantes da tauromaquia, poderão testar a sua coragem nas várias garraiadas, onde os nervos de aço são testados na “Mesa da Tortura”, uma prova de bravura em que o último concorrente a abandonar o redondel se sagra vencedor.
A tarde do último dia será dedicada às Tunas Académicas.
Para além, dos diversos eventos, o visitante terá ao seu dispor expositores de artesanato e gastronomia, bem como, uma tenda com restaurantes.
Relembre-se que a Festa do cavalo é organizada pela Associação Equestre de Porto Salvo em parceria com a Câmara Municipal de Oeiras.

Gaudí


Arquitecto espanhol. Forma-se em Barcelona, cidade onde se desenvolve quase toda a sua trajectória profissional. Homem profundamente religioso, entrega-se de corpo e alma aos seus projectos e criações arquitectónicas. Morre atropelado por um carro eléctrico.
Antonio Gaudí é criador de um estilo próprio, estilo onde é possível observar a fusão do neogótico com as sinuosidades da arte nova. Ao longo da sua fecunda carreira, vai afirmando a sua linguagem arquitectónica, caracterizada pelo uso livre e ágil dos estilos do passado. Assim, no Parque Güell há uma colunata dórica, na Casa Vicens, elementos hispano-árabes, etc. A sua primeira obra importante é a Casa Vicens. Nomeado arquitecto para a Sagrada Família, reformula o projecto anterior e realiza parte das obras: é uma obra arquitectónica inacabada. O seu esquema geral é gótico, ainda que empregue arcos parabólicos, curvas de sinuosidade orgânica e biológica e abundante ornamentação vegetal. A esta primeira época devem-se El Capricho, de Santander, o Palácio Güell, de Barcelona, o palácio episcopal de Astorga e outras construções. Na plenitude da sua maturidade projecta e constrói em Barcelona a Casa Milà («La Pedrera») e o Parque Güell, bem como a Casa Batlló. Uma das suas últimas obras, a cripta de Santa Coloma de Cervelló, é uma condensação das suas inovações estruturais e plásticas: a planta constitui uma reinterpretação dos modelos góticos, havendo colunas inclinadas que assumem o papel de arcobotantes; e, sobretudo, prevalece uma relação orgânica entre o interior e o exterior, conseguida mercê de originalíssimas soluções de problemas estruturais.

Pancho Guedes


Obra do arquitecto em Exposição no CCB(Centro Cultural de Belém)



Amâncio d'Alpoim Miranda Guedes é arquitecto, escultor, pintor e Professor. É normalmente conhecido como Pancho Guedes. Nasceu em Portugal em 1925 mas estudou em diversos locais: S. Tomé e Príncipe, Guiné, Lisboa, Lourenço Marques, Joanesburgo, Porto. Foi professor e director do departamento de arquitectura na Universidade de Witwatersrand, em Joanesburgo.O seu período mais criativo passou-o em Moçambique, nas décadas de 50 e 60, onde fez mais de 500 projectos para edifícios, muitos deles tendo sido construídos em Moçambique e alguns em Angola, África do Sul e Portugal. Por estas e outras razões ele é bastante conhecido um pouco por todo o mundo, sobretudo em meios ligados à arquitectura. Os seus edifícios e projectos exuberantes, ecléticos, complexos e pensativos, estando muito longe dos edifícios americanos do pós-guerra, foram suficientemente reconhecidos pela sua qualidade e originalidade. A sua imaginação visual absorve muitas influências, desde a arte de Africa ao surrealismo, e sintetiza-as num estilo que é reconhecivelmente seu, embora os resultados possam parecer diferentes à primeira vista. Ele foi um pós-moderno 20 anos antes do termo ser inventado e continua bastante activo, trabalhando em Portugal, inventando novos edifícios, esculturas e pinturas, numa altura em que completa 80 anos de vida. A. d'Alpoim Guedes, como assina os quadros, é o “filho” de Pancho Guedes, o executante, o “responsável por toda a obra, excepto o betão armado”. É também o historiador e o arquivista: é ele quem guarda os desenhos, as pinturas, as esculturas, as fotografias sobreviventes, que se tornam cada vez mais a cada dia que passa.A actividade como pintor surgiu quando estava a acabar o curso de arquitectura em Joanesburgo e participava em exposições com os artistas mais progressistas da época. Ganhava então um certo “status” como pintor: era conhecido, os seus professores iam ver as exposições e os seus quadros vendiam-se. Em 1961 esteve presente na Bienal de S. Paulo, Brasil, estando também presente na Bienal de Veneza no ano de 1975. Em 1962 as suas obras foram publicadas na revista francesa “L’Architecture d’Aujordui” com o título “Architectures Fantastiques”. Nesse mesmo ano participa no 1º Congresso de Arte Africana em Salibury, Rodésia, com a comunicação “The Auto-Biofarcical hour” onde apresenta pinturas, esculturas e outras obras que despertam um enorme interesse. Em 1987 teve uma exposição de desenhos e pinturas na Galeria Cómicos, em Lisboa, Portugal.É comendador da Ordem de Santiago e Espada e recebeu a Medalha de Ouro para a Arquitectura do Instituto dos Arquitectos Sul-africanos, havendo sido doutorado honoris causa pelas universidades de Pretória e Wits, na África do sul.

Museu dos Coches - Descobrimentos


Livro de horas

Aqui diante de mim, eu, pecador, me confesso de ser assim como sou.
Me confesso o bom e o mau que vão ao leme da nau nesta deriva em que vou.
Me confesso possesso das virtudes teologais, que são três, e dos pecados mortais, que são sete, quando a terra não repete que são mais.
Me confesso o dono das minhas horas O dos facadas cegas e raivosas, e o das ternuras lúcidas e mansas.
E de ser de qualquer modo andanças do mesmo todo.
Me confesso de ser charco e luar de charco, à mistura.
De ser a corda do arco que atira setas acima e abaixo da minha altura.
Me confesso de ser tudo que possa nascer em mim.
De ter raízes no chão desta minha condição.
Me confesso de Abel e de Caim.
Me confesso de ser Homem.
De ser um anjo caído do tal céu que Deus governa; de ser um monstro saído do buraco mais fundo da caverna.
Me confesso de ser eu.
Eu, tal e qual como vim para dizer que sou eu aqui, diante de mim!

Adolfo Correia Rocha

A 12 de Agosto de 1907, nasce em Vila Real, aquele que viria a ser um dos maiores e mais bem conceituados autores portugueses.
Considerando que nenhum Deus é digno de louvor, a sua crença e ideologia centra-se no Homem, limitado, finito, condicionado, exposto à doença, à miséria, mas também ao poder de criação; tal poder que faz com que o homem seja capaz de se impor à natureza; tal como os camposeses transmontanos impuseram a sua vontade de semear terra aos penedos bravios das serras.

É por esse poder do Homem, que Torga considera este, como o único ser digno de adoração.


Em 1934, então com 27 anos, Adolfo Correia Rocha autodefine-se pelo pseudónimo : "Miguel" e "Torga", em homenagem a dois grandes vultos da cultura Ibérica: Miguel de Cervantes e Miguel de Unamuno. Quanto ao apelido, Torga é uma planta brava da montanha, que deita raízes fortes sob a aridez da rocha, de flor branca, arroxeada ou cor de vinho, com um caule rectilíneo.


Também foi e é assim Torga, como a planta, bravo, com raízes tão fortes que predura, e predurará nas memórias de quem o conheceu, de quem o não conhece, e de quem ainda nem sequer nasceu.








Passados 3 anos....

Olá

Passados 3 anos da criação deste blog, estou mais crescida....

"Sofremos muito com o pouco que nos falta e gozamos pouco o muito que temos...."

Shakespeare

quarta-feira, maio 27, 2009

Obrigatorio Visitar

Nada melhor que falar com dados, sitios a visitar urgentemente!
http://diarioxii.blogspot.com/
http://torgaemsms2.blogspot.com/

Torga em Linguagem SMS




Vou lançar um desafio.

Abram uma página no google, coloquem no motor de busca a seguinte frase: "Linguagem Sms", e analisem os sites informativos, as noticias de jornais, e web jornais.

Chegam a que conclusão?

Os alunos usam linguagem sms nos testes; cada vez mais isso acontece, e está a tornar-se o maior atentado à lingua portuguesa de sempre.

Como participante no Projecto "Diário XII", tenho que deixar aqui patente o objectivo deste desafio lançado pelo coordenador Manuel Dinis Alves, e aceite por mim, pela Micaela, e mais tarde pela Mariana Alves, e Laura Sobral que traduziram as páginas em falta e qua assim deram luz ao projecto que estava adiado.

Adiado, não esquecido.

O objectivo nunca foi ofender, denegrir, ou "gozar" com tão aclamado autor.

Todos nós, estudantes de letras, amantes da escrita, da informação, queremos acima de tudo preservar a nossa lingua a nossa origem.

Temo que me confundam com fascista e amante de Salazar.

Mas o tempo urge; e agora mais que nunca, conscencializar passa por ser radical, por mostrar a realidade que choca.

E realidade é que cada vez escrevemos pior, cada vez adoptamos formas de escrever rápidas, fáceis, e erradas.

E ainda assim, tapamos o sol com a peneira, e está tudo bem!

Certo?

A escolha de Miguel Torga não foi ao acaso.

Torga, escritor português, conceituado, estudado pelos alunos nos programas escolares.

Foi propositado a escolha de Torga.

Com o uso da obra desse autor, conseguimos trazer à luz do dia, o problema que se fala de animo leve e que não é resolvido.

Ninguém acharia "normal" ver um texto de Torga escrito com meias palavras, com "k" em vez de "q".

Que se discuta agora o futuro da lingua portuguesa; fico feliz pelo choque causado, porque só assim podemos discutir o problema abertamente.

Termino por agora com uma citação de Adolfo Correia Rocha (vulgo Miguel Torga) para reflectirmos um pouco:


"Recomeça… se puderes, sem angústia e sem pressa e os passos que deres, nesse caminho duro do futuro, dá-os em liberdade, enquanto não alcances não descanses, de nenhum fruto queiras só metade"






quarta-feira, fevereiro 04, 2009

Penso em ti

Hoje penso em si.
E quero ser breve para não sofrer, e sentir lágrimas a escorrer pelo meu rosto.
A vida é um enigma tão perfeito...perfeito demais...
Talvez seja eu a "Burra", que não o saiba decifrar, porque não entendo como me desliguei do mundo, como me desliguei do passado, como me desliguei de tudo o que um dia me fez feliz.
Pensava eu que não era feliz...mas afinal até era...
Hoje, tenho que dizer, preciso dizer, tenho vontade de gritar...AMO-O DINIS:)
Perdoe-me o entusiasmo do sentimento, mas o Dinis é uma pessoa que eu nunca vou esquecer, que eu nunca esqueço, mesmo estando ausente em presença e em palavras.
Apanhou-me numa altura da minha vida em que eu estava descrente, acreditou em mim, apostou em mim, confiou em mim.
Eu não dei tudo o que tinha para dar, faltou muito mais.
Mas a culpa foi minha, não dei por preguiça, e é essa a causa que um dia me vai enterrar.
Quero forçosamente ser independente...mas acho que nunca o serei.
Eu sou uma eterna dependente do que os outros pensam de mim, do que os outros apostam em mim; e sei, que nunca vou evoluir enquanto assim pensar;enquanto assim agir.
Não me vou alongar mais, só quero deixar aqui postado(num blog que há muito não escrevo) que o Dinis foi e é uma pessoa que eu guardo no coração.
Pedir desculpa por não ter feito valer a confiança que depositou em mim.
Um dia, juro, um dia, não sei quando...um dia eu vou fazer valer tudo o que depositou em mim.
Nesse dia, tal como hoje, eu não me vou esquecer de si.
Vou-lhe dizer com um enorme sorriso: - Consegui graças a si.
Um grande beijo da sua eterna aluna
Márcia