quinta-feira, junho 04, 2009

Canta Severa, os fadistas choram por ti...


Por entre as pedrinhas da rua, lá andavas tu, descalça.
A tua indiferença e ruindade genuína de menina das latas nunca me assustou.
Talvez por isso, tivéssemos criado uma grande empatia.
É com grande saudade que te recordo, passado um ano e dois meses da tua partida.
Custa-me aceitar a vida como ela é. Custa-me aceitar o destino. Custa-me aceitar que tivesses que ter partido tão cedo, tão jovem, tão desconhecedora de um futuro, de experiências, de vida.
Custa-me aceitar que um ser indefeso, e dependente de outros para viver, venha que pagar com a vida os erros deles. De quem te devia proteger acima de tudo, e te leva de mãos dadas para o abismo.
Que os Deuses me perdoem se estou a pecar, e a julgar. Não quero julgar ninguém Severa.
Só que dói.
Dói saber que partiste, e que desde esse dia o mundo, o universo ficou mais pobre.
Aí em cima é que ganharam...ganharam uma das estrelas mais brilhantes desse fantástico céu.
Ainda te ouço a cantar o fado de Lisboa, esse som vai-me acompanhar até ao dia em que chegar aí, ao pé de ti e brilharmos juntas.

Chorai fadistas, chorai....

Até um dia menina cigana*

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