Considerando que nenhum Deus é digno de louvor, a sua crença e ideologia centra-se no Homem, limitado, finito, condicionado, exposto à doença, à miséria, mas também ao poder de criação; tal poder que faz com que o homem seja capaz de se impor à natureza; tal como os camposeses transmontanos impuseram a sua vontade de semear terra aos penedos bravios das serras.
É por esse poder do Homem, que Torga considera este, como o único ser digno de adoração.
Em 1934, então com 27 anos, Adolfo Correia Rocha autodefine-se pelo pseudónimo : "Miguel" e "Torga", em homenagem a dois grandes vultos da cultura Ibérica: Miguel de Cervantes e Miguel de Unamuno. Quanto ao apelido, Torga é uma planta brava da montanha, que deita raízes fortes sob a aridez da rocha, de flor branca, arroxeada ou cor de vinho, com um caule rectilíneo.
Também foi e é assim Torga, como a planta, bravo, com raízes tão fortes que predura, e predurará nas memórias de quem o conheceu, de quem o não conhece, e de quem ainda nem sequer nasceu.
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