domingo, junho 06, 2010

Cheiro...

Danço por esta noite, e sinto o cheiro do que foi a minha vida...
Sinto o gosto do que ela poderia ter sido; e este cheiro a nafetalina entranha-se pelas minhas narinas...e pergunto-me: o que se passou?
- Como vim eu ter aqui?
O que se passou com os meus sonhos, os meus gostos, a minha iniciativa?
É a isto que se resume? a nefetalina?
Nem mesmo as recordações de uma vida cheia de felicidade conseguem atenuar o cheiro a velho... a guardado..
O que é feito da miúda cheia de sonhos?
O que é feito da miúda com uma enorme capacidade criativa?
O que é feito daquela miúda que exprimia em cada palavra um sentimento?
Já nem sei quem é essa miúda, quase que me esqueço de onde ela veio-o, onde nasceu, de quem nasceu.... já mal me lembro de qualquer aniversário...e a culpa é dela, que se vai afastando de tudo, do antigo, do guardado, apenas guarda a nafetalina que a incomoda, que a entristece...
um dia ela vai arrepender-se.
Ela espera que esse dia seja já manhã...
Ela vai conseguir, ela sabe que consegue... mas vai demorar a livrar-se das bolas de nafetalina..ela demora a desapegar-se...seja do que for...

terça-feira, julho 28, 2009

Adeus tristeza, ATÉ DEPOIS!

Na minha vida tive palmas e fracassos
Fui amargura feita notas e compassos
Aconteceu-me estar no palco atrás do pano
Tive a promessa de um contrato por um ano
A entrevista que era boa
E o meu futuro foi aquilo que se viu
Na minha vida tive beijos e empurrões
Esqueci a fome num banquete de ilusões
Não entendi a maior parte dos amores
Só percebi que alguns deixaram muitas dores
Fiz as cantigas que afinal ninguém ouviu
E o meu futuro foi aquilo que se viu
Adeus tristeza, até depois
Chamo-te triste por sentir que entre os dois
Não há mais nada pra fazer ou conversar
Chegou a hora de acabar
Na minha vida fiz viagens de ida e volta
Cantei de tudo por ser um cantor à solta
Devagarinho num couplé pra começar
Com muita força no refrão que é popular
Mas outra vez a triste sorte não sorriu
E o meu futuro foi aquilo que se viu
Na minha vida fui sempre um outro qualquer
Era tão fácil, bastava apenas escolher
Escolher-me a mim, pensei que isso era vaidade
Mas já passou, não sou melhor mas sou verdade
Não ando cá para sofrer mas para viver
E o meu futuro há-de ser o que eu quiser

domingo, julho 26, 2009

Quem me dera ter asas

Se eu fosse um pássaro, neste momento voava, sem destino, rumo ao encontro de mim mesma.
Só hoje senti que o rumo a seguir levava para longe, todas as emoções e sentimentos que guardava genuinamente e espontaneamente dentro de mim.
Hoje, não consigo ser espontanea, e é por isso que estou triste; é por isso também que sei, que ficar aqui, não é o meu lugar.
E por mais que tente pensar e discernir, e meter a mão na cabeça, eu não consigo encontrar resposta para o que sinto em mim.
Não gosto de chorar, quem gosta?
Há certas coisas que não dão para apagar, passar a borracha pelikan e seguir em frente, sem tentar perceber o seu fundamento...
É complicado conviver, é complicado dar-se a alguém, e esperar que tudo seja perfeito como da tal primeira vez, em que tudo foi mágico....
Duas cabeças a pensar...dois corações a sentir...
É complicado demais, não devia ser, mas é.
Não sei o que vem a seguir, mas quero procurar.
Hoje deixei de tentar erguer os planos de sempre, aqueles que são para outro amanhã que há-de ser diferente,
Não quero levar o que dei, nem mesmo aquilo que é meu.
Hoje parece bastar um pouco de céu.

segunda-feira, julho 13, 2009

A vida...

Acabou o Inverno, chegou o Verão; brevemente o Outono chegará, e o Inverno vai trazer o tão ansiado Natal...
Que quero eu saber das estações do ano?
E porque estou a falar delas?
Não sei, nem quero saber, apenas são as palavras que me estão a saír de uma cabeça vazia de tudo, e cheia de nada.
Vazia de tudo o que é bom, cheia de tudo o que é mau; a vida consegue ser tão imprevisivel, mesmo que algum dia ela nos tenha avisado que iria acontecer....mas nós não acreditamos.
Como é que não nos conformamos com a vida?
Porque é que questionamos o que ela nos faz?
porque é que somos tão egoistas?
O mal não é meu, é de alguém que é meu, que mora no meu coração, que sofre, que tem data marcada(no fundo todos temos).
Porque é que o ser Humano tem prazo de validade?
E porque é que tem que sofrer quando o prazo de validade expira?
Será que um iogurte sofre por o prazo de validade expirar?
porque é que o ser Humano tem que sofrer?
Porque é que quem eu amo sofre?
Porquê?

sábado, junho 13, 2009

27 de Maio de 1913

A 27 de Maio de 1913 a polícia decide "controlar a queima" colocando nas ruas muitos dos seus elementos. Um académico faz questão de rapinar um boné ao chefe da brigada. Até 1918, há alguns interregnos, condicionados pelas condições políticas, económicas e sociais da época, como por exemplo a proclamação da República e a 1ª. Grande Guerra Mundial.

sexta-feira, junho 12, 2009

Remexendo no passado

Estou em Coimbra, a sentir o cheiro e o colo da minha cidade, da minha casa, da minha família.
Fui embora, mas o coração ficou metade aqui...e as recordações, as papeladas, as fotos, as recordações...continuam aqui, intocáveis no meu quarto. Estas quatro paredes que foram o meu mundo, o meu refugio, o meu pedaço de céu.
Hoje remexi no passado, fui abrir pastas, malas, o baú de recordações...e fiquei hilariante com tudo o que encontrei e que já nem me lembrava.
Como este:

Quando não há saída

Quando não há saída,
procura-se sempre a outra porta da vida,
nem sempre é o melhor caminho, mas
é o único que queremos arranjar.
Ao virar da esquina há sempre uma porta
aberta, nem sempre para ajudar
mas muitas vezes a querer cobrar.
Cobrar uma passagem para uma nova vida
uns ficam para trás, outros seguem em frente
os que ficam lamentam toda a vida
por não terem aproveitado a saída
mas, agradecem por poderem ainda
ver o por do sol.
Nada se faz sem um preço nesta vida.
Se queres ajuda tens que ter dinheiro
Não existe solidariedade sem um preço.
Cada vez o mundo está pior, e o
que eu vejo é que não há saída.
Quando não há saída todos
os braços se fecham, o calor humano
deixa de existir, e o mundo
sem querer lutar
lutar por uma vida melhor
Para tudo há um preço...
e a esse preço chama-se
O Preço da Vida

Márcia Arzileiro
14\07\1998
21h15m

quarta-feira, junho 10, 2009

Pedras no sapato


O vazio que senti quando me senti enganada e ultrajada por ti, nunca será maior que a alegria que senti ao aperceber-me, que teres-me enganado foi a mais doce das aprendizagens rumo à felicidade.

Por isso estou grata, não a ti, mas à vida que me pôs à prova, que te colocou no meu caminho, que me fez andar com a pedra no sapato...e que sempre acreditou que eu teria força e garra para descalçar o sapato, tirar a pedra, e guarda-la no meu bolso..junto a todas as outras...

Pedras no sapato, eu guardo-as...um dia vou construir um Forte....